Avaliação, níveis de aprendizagem e a Taxonomia de Bloom
Sem dúvidas você definiu objetivos de aprendizagem no seu plano de curso no início do semestre letivo.
agora…você tá estimulando e avaliando conforme os níveis de tais objetivos?
Sempre que chega no período das avaliações confesso que entro em estado de alerta, para saber se realmente a forma que estou avaliando os alunos condiz com os objetivos de aprendizagem que defini no plano de ensino, e se as atividades e estímulos que realizo nas aulas é compatível com a ferramenta de avaliação que quer propor.
Um recurso que me auxilia nesse processo é a Taxonomia de Bloom
O QUE É A TAXONOMIA DE BLOOM
É uma classificação de aprendizagem organizada por níveis de objetivos educacionais representados por uma pirâmide. A teoria é que, quanto maior é um objetivo educacional, maior é o nível de aprendizagem do indivíduo.
Criada por um grupo de pesquisadores nos Estado Unidos na década de 50, cujo líder foi Benjamin Bloom, o estudo classificou (por isso taxonomia) a aprendizagem em domínios cognitivos, afetivos e psicomotor.
No estudo, o domínio cognitivo, representado pelas competências e habilidades a serem estimuladas e desenvolvidas é ilustrado por uma pirâmide, onde cada “degrau” da pirâmide possui verbos que indicam os objetivos e o níveis de aprendizagem.
Sabe os objetivos geral e específicos que definimos no plano de ensino, sempre em verbos direcionados aos estudantes? Na Taxonomia podemos encontrar o nível de aprendizagem que estamos estimulando de acordo com o objetivo que definimos. Ou melhor: poder definir os objetivos de acordo com o nível de aprendizagem que você pretende estimular.
A ideia da pirâmide é que, quanto mais alto é o objetivo, maior é a aprendizagem.
OS NÍVEIS E VERBOS NA TAXONOMIA DE BLOOM
A taxonomia é organizada em níveis e objetivos. Cada nível é orientado por objetivos e verbos específicos. Quanto maior é o objetivo e o verbo na pirâmide, maior é aprendizado.
Nível 1: MEMORIZAR– Na base da pirâmide os objetivos são para atividades que estimulam o MEMORIZAR, RECONHECER, IDENTIFICAR, DESCREVER. Os conhecidos “decorebas”.
Nível 2: COMPREENDER – Estimulam a associação, demonstração, os atos de explicar, esquematizar, relacionar. Na minha visão, os alunos começam a perceberem sua luz, começando a perceber o conhecimento com a sua própria visão.
Nível 3- APLICAR: Objetivos voltados a demonstrar, calcular, classificar, utilizar. O estudante começa a mostrar sua luz , unindo o conhecimento teórico com a prática.
Nível 4 – . ANALISAR: Aqui começa- se a estimular comparações, atividades para investigar, integrar, categorizar, diferenciar. Os alunos começam a a reconhecer outras luzes e fazer comparações entre elas.
Nível 5: AVALIAR. Objetivos voltados aos estímulos de selecionar , justificar, delimitar, defender. Na avaliação, o aluno começa a avaliar outras luzes para melhorar a sua.
Nível 6 – CRIAR.é Objetivos para prototipar, criar, desenhar, produzir, idear, inventar. Na criação, o estudante está no topo da aprendizagem e passa a ser disseminador de sua própria luz.
A REVISÃO DA TAXONOMIA DE BLOOM
Em 2001 foi feita uma revisão da taxonomia, também nos EUA, proposta por Lorin Anderson e David Krathwohl, onde foram incluídas duas atualizações:
1- A definição de duas dimensões nos níveis de aprendizagem: a dimensão do processo e a dimensão do conteúdo.
SOBRE A DIMENSÃO DO PROCESSO E CONTEÚDO
Na revisão, os pesquisadores reconheceram que a pirâmide da taxonomia é o que ilustra o processo dos níveis de aprendizagem, e que é preciso reconhecer também que existem tipos de conteúdos, que deverão ser considerados na determinação de tais objetivos.
Vejam na imagem abaixo:
As dimensões do conteúdo são os seguintes:
- Conteúdo factual: material de aprendizagem composto por dados, fatos, acontecimentos, ocorrências, experiências etc;
- Conteúdo conceitual: material de aprendizagem composto por definições, conceitos, regras, princípios, explicações etc;
- Conteúdo procedimental: material de aprendizagem composto por atividades, situações, ferramentas e recursos práticos;
- Conteúdo metacognitivo: material de aprendizagem composto por informações que estimulem o raciocínio, a crítica, a descoberta, a solução de problemas e a tomada de decisão.
Então, além de definirmos os objetivos e níveis de aprendizagem, é necessário saber e escolher qual tipo de conteúdo é mais adequado para os objetivos propostos.
2 – A substituição das palavras norteadoras dos níveis da pirâmide. No nível 1 por exemplo, a palavra norteadora antes era “memorização”. Com a revisão, ficou “memorizar”.
Obs: A pirâmide e exemplos de verbos (imagens acima) já estão atualizadas conforme a revisão da taxonomia.
E aí…você já conhecia esse tema? Já utiliza na definição dos objetivos de seus planos de aula? Conta pra gente aqui nos comentários sua experiência.
Até o próximo post