Aprendizagem Baseada em Jogos (GBL)
Jogos engajam, desafiam, animam, estimulam o senso de propósito, e comunidade, aflora as emoções, o foco e a concentração.
Nessa pesquisa feita em 2015, Carvalho explora os fatores que causam tais benefícios:
O controle que o jogador sente sobre as suas ações e da sua percepção de que o resultado final do jogo só depende da si;
O feedback imediato que o jogo dá ao jogador, informando-o quando executou as ações de forma correta (premiando o jogador, com mais vidas, passagem de nível, pontos, etc.) ou incorreta (perdendo vidas, pontos, etc.);
De permitir que o jogador aprenda com os seus próprios erros (decorrente do feedback);
Do fato de permitirem aspectos de colaboração e/ou competição, o que atrai e mantém públicos com diferentes características;
Da flexibilidade inerente à oferta de desafios ajustados ao grau de domínio do jogo pelo jogador;
E da sequenciação correta desses desafios, para que o jogador se mantenha motivado e focado (em fluxo) .
Assim, a aprendizagem baseada em jogos indica o uso de games para estímulo do aprender, pela ideação, desenvolvimento e/ou utilização de um jogo.
Existem games, aparentemente impossíveis de vincular a um conteúdo didático, mas se pararmos para olhar de perto o contexto do jogo, as habilidades exigidas e a narrativa que está por trás, podemos explorar muita coisa deles em sala de aula com os estudantes jogando e até criando jogos.
Além disso, existem os SERIOUS GAME, “jogos sérios” que simulam situações reais já com esse objetivo de um aprendizado específico. Jogos empresariais são exemplos disso.
Preparei algumas dicas que uso pra te ajudar a explorar mais o método em sala de aula :
- Procure um jogo na web ou loja de aplicativos com palavras chaves vinculadas a algum assunto de suas aulas e jogue para ver e sentir se faz sentido usar ele como recurso didático. Fique a vontade também para criar seus próprios jogos (acho bem mais interessante, inclusive. Apesar de dar mais trabalho, o resultado é surpreendente. E aqui não falo de jogos mirabolantes não. Mas jogos com cartas feitas de papel, papelão, post its, tabuleiros modelo impressos da internet e por aí vai..) Se achar mais interessante, proponha a criação de um game pelos próprios alunos e proponha que se inspirem- se na mecânica de outros jogos. Nessa segunda alternativa chegamos no mais alto nível de aprendizagem, na Taxonomia de Bloom que é “criar”, “prototipar”, “produzir”, “inventar”, o que é muito bom para um aprendizado bem mais efetivo e significativo.
- Inclua-o(os) em uma situação de aprendizagem incluindo objetivos claros para utilização do game e certifique-se quanto ao alcance dos objetivos.
- Não limite-se ao conteúdo do game, incluindo reflexões e atividades para melhorar ainda mais a experiência. Criar um Webquest inserindo o jogo como um dos recursos é uma boa pedida!
- Explore os elementos da mecânica e componentes de jogos (desafios, pontuações, rankings, badges etc) para melhor escolher ou orientar a criação do jogo e atividades relacionadas.
Jogue sempre que possível para entender como que um jogo pode engajar seus estudantes em uma aula que tinha tudo pra ser um fracasso. Inclua jogos em suas aulas já!